A matéria é: Nasce o primeiro bebê britânico sem o gene do câncer de mama.
Vamos lá, vou explicar. Alguns anos atrás eu assisti o filme Gattaca, um filme que fala de genética. É o seguinte, se você nasceu com escolha genética, ou seja, espermatozóides e óvulos previamente escolhidos terá um futuro brilhante, mas se você foi gerado na maneira convencional, seu maior cargo de emprego será garí ou faxineiro.
O filme Gattaca – A Experiência Genética, de Andrew Niccol (1997) é um caso exemplar. Apesar de ser um filme de ficção-científica deixa claro sua intertextualidade. A partir de um certo momento, Gattaca parece se tornar um filme policial ou de suspense quando a trama narrativa se desloca para a busca do assassino de um dos diretores da corporação Gattaca. No desenrolar da trama, todo o suspense se concentra no personagem Vincent Freeman, um Inválido condenado pelo seu código genético a tarefas degradantes (Freeman significa, literalmente, “homem livre”).
A sociedade de Gattaca está dividida em duas “classes sociais”, os Válidos, os “filhos da Ciência”, produtos da engenharia genética e da eugenia social, e os Inválidos, os “filhos de Deus”, submetidos ao acaso da Natureza e às impurezas genéticas. Gattaca retrata uma sociedade de classe cuja técnica de manipulação do código genético tornou-se prática cotidiana de controle social. Vincent é um jovem ambicioso, que almeja ir além do seu destino genético e decide assumir a personalidade de Jerome Morrow, um Válido que, em virtude de um acidente, ficou paralítico. Utilizando os serviços clandestinos de um “pirata genético”, Vincent clona os registros genéticos de Jerome. Sua ambição é driblar as restrições de classe e se integrar na elite intelectual e moral de Gattaca e realizar seu maior sonho: ir para o planeta Titã, satélite de Júpiter (seria uma alegoria de fuga do sistema do capital, de agudo cariz regressivo, tal como um "retorno ao útero materno"?). Leia mais.
Nasce o primeiro bebê britânico sem o gene do câncer de mama
Casal optou por embrião selecionado para não ter o gene BRCA1, que aumenta em muito o risco da doença
LONDRES – Primeiro bebê britânico selecionado geneticamente para não ter o gene do câncer de mama nasceu em Londres, informou o hospital do University College. Leia mais.
Sabe, tudo isso me espanta, em breve estaremos vivendo Gattaca. Imagine vivermos dessa maneira? Imagina vivermos seguindo somente nossas vontades, e a natureza? Como fica?
Não sei, mas realmente tenho medo disso…
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